ATA DA QUINTA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 28-6-2004.

 


Aos vinte e oito dias do mês de junho de dois mil e quatro, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e trinta minutos, foi efetuada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Margarete Moraes e Reginaldo Pujol. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Almerindo Filho, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Professor Garcia, Raul Carrion, Renato Guimarães, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Wilton Araújo. Constatada a existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram, em 1ª Sessão, os Projetos de Resolução nos 089, 090, 091, 092 e 093/04, discutidos pelos Vereadores João Antonio Dib e Reginaldo; em 2ª Sessão, os Projetos de Resolução nos 086 e 071/04, este discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Clênia Maranhão, Reginaldo Pujol, Cláudio Sebenelo e Sebastião Melo. Na oportunidade, por solicitação do Vereador Ervino Besson, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Senhor Leonel de Moura Brizola, falecido no dia vinte e um de junho do corrente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Ervino Besson discorreu sobre a trajetória do Senhor Leonel de Moura Brizola, destacando a atuação desse político na defesa do sistema público de educação. Ainda, afirmou ser este um momento de profundo pesar para o povo brasileiro, em especial para as camadas mais carentes da população, frisando a necessidade de que se continue a luta de Leonel Brizola em defesa da democracia e pela construção de uma sociedade mais justa e igualitária. A seguir, foram apregoadas as Emendas de nº 01, de autoria da Mesa Diretora, aos Projetos de Resolução nos 089, 090 e 091/04 (Processos nos 3392, 3395 e 3398/04, respectivamente). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib discutiu os Projetos em Pauta na presente Sessão, salientando a necessidade de análise aprofundada e da oitiva de todos os grupos envolvidos, quando do encaminhamento de alterações no Sistema de Classificação de Cargos e Funções deste Legislativo. Finalizando, apresentou questionamentos relativos ao Projeto de Resolução nº 071/04, que institui Comissão Técnica de Assessoria Urbanística na Câmara Municipal de Porto Alegre. O Vereador Sebastião Melo afirmou que sua posição acerca dos Projetos de Resolução nos 089 a 093/04 será definida após reunião para análise do assunto, a ocorrer hoje, entre a Mesa Diretora e os Vereadores deste Legislativo. Também, abordou o Projeto de Resolução nº 071/04, apoiando a constituição de Comissão Técnica com profissionais qualificados para assessoria dos Senhores Vereadores na análise do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre. Em TEMPO DE PRESIDENTE, a Vereadora Margarete Moraes apresentou dados referentes ao Projeto de Resolução nº 071/04, defendendo a contratação de profissionais para assessoria dos Senhores Vereadores na revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre. Ainda, comentou formas de definição das representações externas deste Legislativo e prestou esclarecimentos acerca dos Projetos em Pauta que alteram a Lei nº 5.811/86. Às dez horas e trinta e oito minutos, nada mais havendo a tratar, a Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Extraordinária a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pela Vereadora Margarete Moraes e pelo Vereador Ervino Besson e secretariados pelo Vereador João Carlos Nedel. Do que eu, João Carlos Nedel, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pela Senhora Presidenta.

 

 


A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Estão abertos os trabalhos da 5ª Sessão Extraordinária da 4ª SLO. Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1.ª SESSÃO

 

PROC. N.º 3392/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 089/04, de autoria da Mesa Diretora, que altera o texto em vigor da  Lei nº 5.811, de 8 de dezembro de 1986, que estabelece o Sistema de Classificação de Cargos e Funções da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências, instituindo gratificações de incentivo à produtividade e legislativa para os detentores  de cargos de Assistente Legislativo IV a VI.

 

PROC. N.º 3395/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 090/04, de autoria da Mesa Diretora, que altera o texto em vigor da  Lei nº 5.811, de 8 de dezembro de 1986, que estabelece o Sistema de Classificação de Cargos e Funções da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências, quanto à  classe de cargos de Assessor Legislativo. (Assistente Legislativo)

 

PROC. N.º 3398/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 091/04, de autoria da Mesa Diretora, que altera o texto em vigor da  Lei nº 5.811, de 8 de dezembro de 1986, que estabelece o Sistema de Classificação de Cargos e Funções da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências, quanto aos cargos da classe de Assessor Legislativo.

 

PROC. N.º 3399/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 092/04, de autoria da Mesa Diretora, que altera a Lei nº 5.811/86, acrescentando artigo 53-B, que cria gratificação especial para funcionários que exercem atividades no Setor de Mimeografia, e dá outras providências.

 

PROC. N.º 3400/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 093/04, de autoria da Mesa Diretora, que altera a  Lei nº 5.811, de 8 de dezembro de 1986, dando nova redação ao seu art. 46, que dispõe sobre o exercício da atividade de condução de veículos automotores, e dá outras providências.

 

2.ª SESSÃO

 

PROC. N.º 2375/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 071/04, de autoria da Mesa Diretora, que institui comissão temporária denominada Comissão Técnica de Assessoria Urbanística, cria oito cargos em comissão temporários de Assessor Técnico Especial no Quadro de Cargos em Comissão e Funções Gratificadas da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências. Com Emenda n.º 01.

 

PROC. N.º 3245/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 086/04, de autoria da Mesa Diretora, que altera a Resolução n.º 1.576, de 9 de outubro de 2001 – que institui, na Câmara Municipal de Porto Alegre, quota básica mensal de custeio a materiais e serviços para os gabinetes dos Senhores Vereadores –, mediante acréscimo de custeio de licenças para uso de software aos itens formadores da mencionada quota e da sujeição do uso de material de expediente a limites.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, uma das qualidades que o homem deve cultivar é a coerência. Um político deve ser sempre coerente; não pode, na mesma situação, encontrar duas soluções diferentes. Homem público, além de correto, sério, responsável, tem de ser coerente, e coerente consigo mesmo, até.

Estamos no primeiro dia de Pauta, uma Pauta alicerçada na urgência, e temos vários Projetos para serem discutidos e votados. Nesses Projetos, eu vejo que nós estamos alterando o Plano de  Classificação de Cargos e, por coerência, muitas vezes eu vim a esta tribuna reclamar contra a Prefeitura, que fez alterações, por exemplo, para os Procuradores, para os Agentes Fiscais; eu vim aqui, com toda a vontade, com todo o entusiasmo, dizer que a Prefeitura agia mal. O art. 34 da Lei Orgânica diz (Lê.):”Fixada a isonomia de vencimentos, será vedado conceder aumento de reajuste de vencimentos ou realizar reclassificações que privilegiem categorias funcionais em preterição de outras, devendo as correções ou ajustes, sempre que necessário,” – sempre que necessário – “em razão das condições da execução do trabalho, ser feitos quando da revisão geral do sistema”.

 Eu não vou discutir o mérito, mas eu vou dizer que me preocupa que, com tudo o que aqui foi apresentado, não tem parecer da Procuradoria-Geral da Casa. Fato inédito para mim não ter parecer da Procuradoria, principalmente em relação ao art. 34 da Lei Orgânica, que todos nós juramos cumprir. É o que eu digo para o Executivo: jurou cumprir a Lei Orgânica e não o faz.

Por outro lado, eu já coloquei as minhas restrições à criação de oito Cargos em Comissão de Urbanistas para analisar o Plano Diretor. No ano de 2002, nesta época, foi colocada na Pauta a criação de três Cargos em Comissão para ajudar a analisar o Plano Diretor, mas, por ser período eleitoral, ele foi retirado. Agora, ele está sendo colocado em três Sessões de Pauta, no mesmo dia, em uma mesma manhã.

Não vou mudar de idéia, porque sou um homem de convicções, sou um homem coerente. Não vou mudar de idéia! Eu continuo achando que são necessários três. E continuo perguntando se aquelas autoridades do Urbanismo das diferentes Faculdades das nossas Universidades, que foram colocadas à disposição da nossa Comissão Especial, estão sendo utilizadas. De qualquer forma, eu vou fazer uma emenda sugerindo que sejam três os Cargos em Comissão, e  sejam criados três cargos para, no futuro, serem preenchidos por concurso público para que todos possam ter oportunidade.

Eu lastimo profundamente que, no ano passado, eu não tenha conseguido colocar três urbanistas com Cargo em Comissão para auxiliar a Comissão. Coloquei um! Deixei dois cargos, do mais alto nível, vagos,   e um dos cargos, a pessoa que o perdeu deve estar-me amaldiçoando em todas as esquinas da Cidade. Mas eu sou um homem de convicções, eu sou um homem coerente. Portanto, o meu posicionamento é de dúvidas, já que nem há, em uma matéria de tamanha importância, um pronunciamento da Procuradoria-Geral da Casa. Saúde e PAZ!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. ERVINO BESSON (Requerimento): Verª Margarete Moraes, eu pediria a V. Exª que submetesse a este Plenário o pedido de um minuto de silêncio, em razão da grande perda desse grande líder, um homem que marcou a sua trajetória como político e que partiu; um homem que deixou não só o nosso País, mas outros países extremamente tristes com sua morte prematura: Leonel de Moura Brizola.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Pois não, Ver. Ervino Besson. A Mesa Diretora decretou três dias de luto oficial em homenagem à grande figura de Leonel de Moura Brizola, e, agora, certamente, far-se-á um minuto de silêncio. Deferimos o pedido de um minuto de silêncio pelo falecimento do Sr. Leonel de Moura Brizola.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO:  Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, são inúmeros os Projetos em discussão de Pauta; são importantes, eles são referentes ao aprimoramento das atribuições legislativas desta Casa.

Eu quero apenas, portanto, referir-me a um Projeto de Resolução que está tramitando, que se refere à formação de uma Comissão Técnica de Assessoria para os trabalhos em relação ao Plano Diretor.

Foi uma pena que nós não pudéssemos ter constituído essa Comissão anteriormente para que os Vereadores, quer sejam da Comissão Técnica, quer sejam do conjunto das Bancadas desta Casa, pudessem se apropriar de uma forma mais aprofundada das necessidades referentes às legislações do Plano Diretor.

Eu acho que nunca é demais lembrar que o Plano Diretor é a legislação mais importante de um município; é ele que regulamenta as relações, o espaço, o uso do solo, a altura dos edifícios; é ele que regulamenta, inclusive, a questão do transporte urbano e uma série de outros desdobramentos que vêm dessa decisão. No Plano Diretor, aprovado por esta Casa - quando foi aprovado -, estava explicitada a necessidade de uma série de legislações complementares que viriam aprimorar a legislação geral, como, por exemplo, o Plano de Circulação e Transporte da Cidade. Infelizmente, nesse período, apesar da enorme quantidade de intervenções das Bancadas, das pressões feitas pelos Legisladores, o Executivo Municipal não cumpriu as decisões do Plano Diretor, enviando essas leis complementares, inclusive determinadas no texto da Lei. Esse conjunto de sugestões acabou chegando a esta Casa de forma fragmentada, ou por meio de iniciativas individuais de alguns Vereadores, ou por legislações dispersas enviadas pelo Executivo Municipal.

Eu acho que essa falta de coesão e de priorização por parte do Poder Público Municipal a esse tipo de legislação, fez com que uma série de contradições começasse a surgir, inclusive entre os bairros da Cidade, e uma série de problemas que qualificariam o trânsito, facilitando o acesso das pessoas aos lugares de trabalho, por exemplo, acabaram prejudicando todo esse processo.

Eu acho que uma das questões fundamentais que tem de nos estimular ao aprimoramento dessa legislação é a  da utilização do solo urbano. Infelizmente, Porto Alegre é uma cidade onde a Prefeitura não tem priorizado uma política de habitação popular que garanta, como em outras capitais brasileiras, projetos urbanísticos e projetos de habitação popular para garantir uma vida digna àquela parcela significativa dos nossos irmãos, das nossas irmãs porto-alegrenses que vivem, hoje, em situação de risco, em situação de subabitação, em áreas insalubres, alagadas, com enorme possibilidade de contaminação. Situação que se aguça, que piora nesta época do ano pelo nosso clima,  no qual o inverno traz áreas de alagamento, onde muitas dessas casas são inundadas por esses alagamentos. E o mais incrível,  o mais absurdo, é que muitas dessas casas que são alagadas, muitas das pessoas que são vítimas de enxurradas, estão, hoje, em áreas que já foram transferidas. É o caso das pessoas da Vila Cai-Cai, por exemplo; o caso da favela que vivia aqui, implantada há muitos anos, perto da Usina do Gasômetro - um pouco abaixo, junto à curva, depois do Parque -, que foi transferida para uma região da Cidade, sem que naquela região tivessem sido criadas condições urbanísticas e de escoamento das águas, fazendo com que aquela população que está ali, hoje, tenha, às vezes, um metro, um metro e meio de água dentro de suas próprias casas.

Eu, para concluir, queria apenas lembrar que, entre a aprovação do Plano Diretor e o dia de hoje, o Brasil construiu uma das mais importantes legislações dos últimos anos, que é o Estatuto da Cidade. E, portanto, a nossa atuação tem de ser em sintonia com a Lei, que é uma Lei Federal, sob a qual as legislações específicas, vinculadas ao tema, devem - e necessitam obrigatoriamente - estar em sintonia.

(Não revisto pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ERVINO BESSON: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, pessoas que nos assistem também pela TV Câmara, queria saudar a todos. A grandeza das pessoas é demonstrada pelos seus atos, portanto, minha cara Presidenta, Verª Margarete Moraes, em nome da minha Bancada - este Vereador e os Vereadores Nereu D'Avila, Isaac Ainhorn, Dr. Goulart e João Bosco Vaz - e também em nome do Partido Trabalhista Brasileiro, eu quero, aqui, de uma forma muito cordial, minha cara Presidente, agradecer a V. Exª pela posição tomada na reunião da Mesa Diretora. Apesar de a Câmara estar com vários eventos, Vossa Excelência, em uma atitude muito firme - e quero aqui, mais uma vez, reconhecer isso em nome do Partido - juntamente com os Vereadores Reginaldo Pujol e Elói Guimarães -, decretou três dias de luto pela perda do grande Sr. Leonel de Moura Brizola. Um homem que, na sua trajetória política, dedicou sua vida em defesa do povo brasileiro, principalmente do povo mais sofredor. Brizola amava este País. Não só no nosso País, como tivemos oportunidade de ver na imprensa escrita, falada e televisionada, a manifestação de vários países, demonstrando a trajetória desse grande líder; um homem que exerceu todos os seus cargos públicos com lisura e honestidade.

Na área da educação, construiu o que foi a sua grande bandeira, a grande bandeira do trabalhismo: construiu seis mil e duzentas escolas, que estão espalhadas pelo nosso Rio Grande. Inclusive este Vereador e outros tantos, quando acompanhávamos o velório desse grande líder, ouvimos as pessoas dando o seu depoimento, do que representou nas suas vidas a trajetória política desse homem.

Sem dúvida nenhuma a Nação vai sofrer muito com essa grande perda. Mas nós, trabalhistas, temos, sim, de agora em diante, a missão e a grande responsabilidade de levar avante a luta desse ilustre homem em defesa do nosso povo, principalmente do povo mais sofredor. E nós estamos preparados para isso. Leonel de Moura Brizola partiu, mas a sua história ficará marcada, sem dúvida, por muitos e muitos e muitos anos, porque não só para o nosso Partido, o Partido Democrático Trabalhista, mas, pelos depoimentos que se ouviu lá, para a maioria dos Partidos, ele que foi o político do século.

Fica aqui a nossa tristeza, mas não podemos deixar de registrar a sua trajetória. E, como já disse, minha cara Presidenta, temos a responsabilidade, nós, como trabalhistas, de seguir o caminho e levar adiante a trajetória de Leonel Brizola.

Mais uma vez, para encerrar, minha cara Presidenta, agradeço a V. Exª pela sua atitude, digna de uma grande Presidente desta Casa. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço as palavras do Ver. Ervino Besson. Eu creio que apenas cumpri com a minha obrigação ética e moral neste caso.

Apregôo a Emenda n.º 01 ao PR n.º 089/04, de autoria da Mesa Diretora, que “Altera o texto em vigor da Lei n.º 5.811, de 8 de dezembro de 1986, que estabelece o Sistema de Classificação de Cargos e Funções da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências, instituindo as gratificações de incentivo à produtividade e legislativa para os detentores de cargos de Assistente Legislativo IV, V e VI”, conforme cópia que todos os Vereadores têm.

Apregôo a Emenda nº 01 ao PR n.º 090/04, de autoria da Mesa Diretora (Lê.): “I – Dá nova redação à Ementa e ao Artigo 1º,  como segue: ‘Altera o texto em vigor da Lei nº 5.811, de 8 de dezembro de 1986, que estabelece o Sistema de Classificação de Cargos e Funções da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências, quanto aos cargos da classe de Assistente Legislativo, por força de decisão judicial que declarou a inconstitucionalidade da Resolução nº 1.353, de 9 de outubro de 1997.’”

Apregôo a Emenda nº 01 ao PR n.º 091/04, de autoria da Mesa Diretora (Lê.): “I – Dá nova redação à Ementa e ao Artigo 1º do Projeto,  como segue: ‘Altera o texto em vigor da Lei nº 5.811, de 8 de dezembro de 1986, que estabelece o Sistema de Classificação de Cargos e Funções da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências, quanto aos cargos da classe de Assessor Legislativo, por força de decisão judicial que declarou a inconstitucionalidade da Resolução nº 1.353, de 9 de outubro de 1997.’”

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidente, Sras e Srs. Vereadores, a Pauta extraordinária de hoje nos reserva alguns Projetos, que certamente irão suscitar alguma discussão preliminar em torno deles. À primeira, levantada relativamente a vários dos Projetos que iniciaram a tramitação, não me cabia responder, mas eu busquei esclarecer, Ver. Dib, com a Diretoria Legislativa, a razão pela qual os Projetos de Resolução não tinham sido ouvidos pela Procuradoria, e o esclarecimento que eu recebi me parece bastante elucidativo, à medida que estabelece o § 4º do art. 102 do Regimento que o Projeto elaborado pela Mesa, independentemente de parecer, será, após a Pauta, incluído na Ordem do Dia, salvo Requerimento aprovado pelo Plenário, solicitando audiência de Comissão Permanente; aliás, esse procedimento, ao longo do tempo, sempre ocorreu e jamais foi questionado, razão pela qual eu, surpreendido, fui buscar esclarecimento do porquê era assim o procedimento, e o esclarecimento está no Regimento.

De outro lado, em um Projeto com o qual eu tenho responsabilidade direta, e quero assumi-la, isto é, o retorno à tramitação do Projeto de Resolução que institui a Comissão Temporária, denominada Comissão Técnica de Assessoria Urbanística, cria o cargo em comissão temporário de Assessor Técnico Especial, no Quadro de Cargos em Comissão. Este Projeto de Resolução voltou à Pauta por insistência de várias Lideranças, inclusive a nossa.

Nós somos autores de uma Emenda, a Emenda nº 01, Ver. Raul Carrion, que diz claramente o seguinte: “... Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, gerando efeitos” - quero frisar - “a contar de outubro de 2004”. O que isso representa na prática? Representa, primeiro, Ver. Beto Moesch, que se retira por inteiro a possibilidade de dizer que nós, Vereadores desta Casa, estejamos, à véspera do pleito, fazendo proselitismo eleitoral e buscando colocar, nos quadros temporários da Câmara, pessoas que servirão de nossos cabos eleitorais. Essa é uma acusação que surgiu num determinado momento, que preocupou a Casa, preocupou as Lideranças, ciosas em manter o respeito que este Legislativo merece.

Então, em um primeiro momento, Ver. Sebenelo, nós, desde logo, com esta Emenda, estamos afastando essa possibilidade de a Casa receber esse tipo de crítica. Em um segundo momento, estamos reduzindo o comprometimento financeiro, que era estimado na ordem de 323 mil reais, para menos da metade desse valor. No outro, e no final, nós estamos dizendo claramente - eu estou dizendo claramente, com a responsabilidade de Relator-Geral da Comissão que examina o Plano Diretor - que é absolutamente impossível se fazer um trabalho sério nessa reavaliação contando com assessorias aleatórias, muitas vezes até comprometidas com algum ponto de vista. É preciso que exista uma assessoria, ainda que temporária, que seja qualificada, específica e determinada, efetivamente, a auxiliar os membros da Comissão na realização desse trabalho com exclusividade. E isso não se faz pedindo servidores emprestados para qualquer segmento da sociedade porto-alegrense, como bem comprova o Presidente da Comissão, que esteve comigo na Universidade Federal do Rio Grande do Sul pleiteando apoio técnico da Universidade, muito bem recebido pela Reitora Wrana. Ficamos aguardando um trâmite burocrático, que continua a se desenvolver e até agora não se desenvolveu, para um assessoramento temporário e não exclusivo, como nós precisamos. Vou concluir, Srª Vereadora. Por isso, eu quero, com toda a tranqüilidade, dizer o seguinte: resguardada a respeitabilidade desta Casa, resguardados, até mesmo, os riscos do momento pré-eleitoral, eu subscrevo essa Emenda e responsabilizo-me por ela. Ela diz, no final, Ver. Sebastião, que nos 90 dias finais do nosso mandato, vamos, sim, com apoio técnico, resgatar o compromisso que temos com a cidade de Porto Alegre, que é de contribuir, com objetividade, dentro deste mandato, com a reavaliação do Plano Diretor. Era isso, Srª Presidente.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, volto a falar em coerência. Eu tenho uma vida pública toda direcionada num sentido e não me tenho desviado dele. Eu tenho-me subordinado à lei permanentemente. E tenho criticado, com palavras muito duras, a Administração Municipal por atitudes que toma, contrariando a Lei Orgânica e a própria Constituição.

Eu não poderia falar de forma diferente, ainda que eu reconheça que o Regimento Interno diz que independe de parecer, mas independe de parecer das Comissões. Não se pode pensar que temos uma Procuradoria-Geral na Casa para não ser utilizada a dar uma informação em um processo que se forma e vai ser levado para os Vereadores. E digo a V. Exª que eu tenho dificuldades, ainda não consegui ler os processos aqui apresentados hoje que estão em primeiro dia de Pauta, não consegui ainda. Mas eu não tenho dúvidas, também, de que, no ano passado, a Mesa da Câmara apresentou e aceitou, de parte dos servidores, um grupo de trabalho para realizar alterações no plano de carreira, alterações que nós vínhamos reivindicando para a Prefeitura há vários anos. A Prefeitura já contratou gente de São Paulo, porque esqueceu que os melhores estavam ali na Secretaria de Administração, sem ônus, sem coisa nenhuma, com muita competência. Porque esqueceu que o plano de carreira pode ser feito – e deve ser feito – ouvindo os servidores; não trazendo gente de São Paulo, como trouxeram para a Prefeitura de Porto Alegre; e, depois, eles não sabiam ler os absurdos que ali estavam colocados, porque são duas cidades completamente diferentes, de administrações completamente diferentes por todos os títulos.

Então, eu tenho todas as dúvidas quanto a ter ou não ter parecer da Procuradoria-Geral da Casa. E continuo pensando que a Emenda apresentada, no dia 22 de junho, pelo Ver. Reginaldo Pujol, leve os 8 cargos até o dia 6 de outubro, até a pós-eleição, mas eu não sei se, após a eleição, também é possível, se não há um período que não possa ser utilizado. Mas, de qualquer forma, o Ver. Pujol quis melhorar as condições do Projeto de Lei, porque também entendeu – tenho certeza de que não estava muito bem esclarecido, só posso pensar assim, senão não faria a Emenda, porque é um homem extremamente inteligente, competente.

Então, nós precisamos, sim, ter tranqüilidade quando nós formos votar e não fazermos as aberrações que a Prefeitura fez, quando alterou os salário de agentes fiscais, de procuradores e de tantos mais, e esqueceu que o art. 31 da Lei Orgânica vincula todos os salários ao padrão inicial. Então, quem recebia 10 vezes o padrão inicial, agora recebe 15 ou 20 vezes o padrão inicial; no padrão inicial, eles foram roubados, porque essa regra está estabelecida e deveria ser mantida permanentemente. Não está sendo mantida. Por isso, a Prefeitura fala em fazer uma reclassificação. E, se queremos homenagear Leonel Brizola, que foi o primeiro que fez um plano classificado de cargos, em abril de 1957, que lhe demos uma homenagem justa, porque partiu dele o primeiro plano classificado de cargos, que foi alterado reiteradas vezes no correr do tempo, inclusive, quando eu fui Prefeito. Mas os servidores foram ouvidos, a Câmara foi ouvida, e não, de repente, surgir na mesa de alguns dos Vereadores uma matéria da mais alta relevância, sem que nós tenhamos condições necessárias para enfrentar com tranqüilidade uma votação que é séria. Mas eu continuo pensando que nós podemos, sim, criar três cargos de Urbanistas, que farão concursos, mostrarão suas qualidades e não serão subordinados a nenhum de nós, Vereadores. Saúde e PAZ!

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, Vereadora Margarete Moraes, meus colegas Vereadores e minhas colegas Vereadoras, eu venho a esta tribuna no tempo de Comunicação de Líder - na medida em que a minha inscrição não contemplava os cinco minutos para discutir esta matéria -  para expor, inicialmente, a nossa opinião sobre estes Projetos que tramitam nesta Convocação Extraordinária. Primeiro, Vereadora-Presidenta, eu acho que nós vamos conseguir, na reunião da Mesa com as Lideranças, que V. Exª e as Direções da Casa possam socializar melhor estas informações sobre as modificações que a Mesa pretende realizar nas carreiras aqui existentes na Câmara Municipal. Portanto, eu vou aguardar a manifestação da Mesa, mas eu tenho a firme convicção de que ela dever ter sido feita em parceria e para o atendimento do melhor funcionamento da Casa. Agora, eu quero me ater especialmente, Ver. Reginaldo Pujol, Ver. João Dib e meus demais colegas Vereadores, nesta questão do Plano Diretor. Eu sou Vereador de primeira legislatura, e fui escolhido junto com o Ver. Beto Moesch, o Ver. Wilton Araújo e o Ver. Reginaldo Pujol, Vereadores de relatorias deste Projeto da revisão do Plano Diretor. Eu quero dizer que eu não fiz nenhum relatório de nenhum projeto, porque entendo, Ver. Beto Moesch, que, sem assessoria, eu não vou dar um passo em relação a esta matéria. E aí eu preciso, Ver. João Dib, recompor alguns fatos históricos desta Casa. Eu fui aos Anais desta Casa e vi que, em 1996,  criaram-se 19 cargos para assessorar a Comissão do Plano Diretor; e vi que, em 1997, a pedido de V. Exª, foi criado um cargo que V. Exª pediu. Mais um; 1997, se é que não estou enganado e se é que os Anais também não me deram errado! Nós tínhamos 19 cargos, e Vossa Excelência, em 1997, pediu que fosse criado mais um, porque Vossa Excelência assim entendia que era importante. Em 2000,  extinguiram-se esses 20 cargos e criaram-se, em maio, 12 cargos, que ficaram assessorando até o final de 2002.

Eu, com toda a tranqüilidade, Presidenta, com todos os projetos que aqui passam, diria que planejar a Cidade é uma das coisas mais importantes, Verª Sofia,   para o futuro. Nós somos transitórios; a Cidade é permanente. Quando você tem uma malha viária que não está bem, quando há 750 mil veículos nesta Cidade, é questão do Plano Diretor. Quando você discute o Porto Seco, Ver. Pestana, é questão do Plano Diretor! Quando você discute a orla do Guaíba, é questão do Plano Diretor! Quando você discute o Solo Criado, é Plano Diretor! Quando você discute as alturas, você está discutindo o Plano Diretor. Então, por favor! Agora, eu tenho dito, aqui, e vou repetir: não basta dar mandato ao Parlamentar, seja em que nível for, sem dar as condições e as ferramentas de trabalho para que ele não faça besteira. A gente sabe que, lamentavelmente, às vezes, as coisas no Parlamento vão indo, vão indo, e lá, no afogadilho, as coisas são votadas, como foi votada a Reforma da Previdência;  e eu vi, lá em Brasília, os caras lerem as emendas na tribuna, votarem às três horas da madrugada, e depois, terem de fazer uma emenda paralela para corrigir. Isso está errado, Ver. Pujol!

Eu acho que, quando vem para ser votada uma revisão do Plano Diretor, as discussões temáticas têm de ser exaustivas na Comissão com a Assessoria.

E eu acho que é correto temporariamente. Sim, é correto. Se nós tivermos uma questão jurídica e tributária nesta Casa, como tivemos lá no ISS, e eu defendi que a Mesa contratasse uma banca de advocacia, um tributarista, o que não aconteceu, porque acham que é muito mais barato para a Cidade você contratar bons técnicos para fazer boa lei do que você não contratar e produzir péssimas leis, e o povo vai pagar por isso. 

Então, tem aqui um resgate histórico. Já se criou cargo em 1996, se aumentou em 1997, extinguiu-se em 2000, e está absolutamente correto, Ver. Pujol, e vou votar com a sua Emenda, para não parecer que nós estamos querendo contratar assessores agora, porque há um processo eleitoral. Então, está absolutamente correto. Eu não vou fazer nenhum relatório, já disse isso, e, se não houver assessoria, eu vou deixar a Relatoria Temática. Por exemplo, eu  sou Relator Temático, Ver. Beto Moesch, da adaptação das maiores leis que este Brasil produziu, que é a Lei do Estatuto da Cidade. E o Estatuto da Cidade diz respeito à minha Relatoria, e eu terei de ser Relator; mas como é que eu serei Relator desta matéria, adaptar o Estatuto da Cidade, Ver. Isaac, ao Plano Diretor? E eu não estou dizendo que a nossa Bancada vai indicar, não; mas os técnicos que estão ali, os 8, vão ter de travar uma grande discussão, e nós, Vereadores, com esses técnicos, vamos ter de chegar ao consenso sobre várias coisas, e o que não der em consenso vamos disputar no voto aqui.

Então, por isso eu quero dizer, com muita tranqüilidade, que quero ouvir a Mesa sobre os demais Projetos de Resolução, imagino que sejam todos eles para poder atender demandas e discutir nesta Casa. Agora, quanto à questão do Plano Diretor, eu tenho a tranqüilidade de defender, com clareza, que têm de ser criados os cargos para o bem da Cidade; não é para o bem de Vereadores, de Bancadas, do Plenário, mas porque a Cidade precisa ser mais bem planejada, e, para isso, ela precisa ter as melhores cabeças da área do Planejamento para poderem ajudar nesta questão. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço ao Ver. Sebastião Melo e passo a Presidência dos trabalhos ao Ver. Ervino Besson.

 

(O Ver. Ervino Besson assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): A Verª Margarete Moraes está com a palavra em Tempo de Presidente.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Sr. Presidente, querido Ver. Ervino Besson, eu pedi Tempo de Presidente - e eu acho que é a segunda vez que eu faço isso - para responder ao Ver. João Antonio Dib sobre suas manifestações feitas há algum tempo nesta Casa. Quero dizer que eu não era Vereadora em 1996, mas eu soube que, no ano de 1996, foram criados 19 cargos, para a revisão e reavaliação do Plano Diretor desta Casa, de Assessores Técnicos Especiais. Esses cargos foram criados em 1996, 19 cargos, pois eram necessários, e, em 1997, foi solicitado mais um cargo, como colocou o Ver. Sebastião Melo. Essa comissão de 19 cargos permaneceria até o fim do ano, e foi sendo prorrogada, Ver. Pestana, até 13 de março de 2002, ou seja, de 1996 a março de 2002. Em maio de 2002, Ver. Wilton, foram criados mais 12 cargos, desta vez com tempo determinado, e foram extintos em 31 de dezembro de 2000; portanto foi  cumprido o seu dever. Esse já é um fato que acontece nesta Casa e é necessário, porque a nossa Câmara, Ver. Sebenelo, não tem arquitetos, urbanistas,  especialistas para avaliar e auxiliar os Vereadores na discussão do Plano Diretor, uma questão muito importante na cidade de Porto Alegre.

Em 2003, Ver. João Antonio Dib, eu estava aqui e nunca ouvi o senhor pedir ou encaminhar oficialmente esses dois cargos, aliás, pedir cargos para a próxima reavaliação do Plano Diretor. Eu nunca vi ninguém negar nenhum cargo aqui nesta Casa. E o senhor diz e repetiu que existiam dois cargos da Presidência, e é verdade, e que o senhor jamais ocupou para economizar o bom dinheiro público de Porto Alegre. Agora, quero-lhe dizer, e dizer para toda a cidade de Porto Alegre, que eu também jamais ocupei esses dois cargos, e o senhor sabe muito bem disso, que eu, na condição de Presidenta, não tive direito a esses cargos, por definição minha, porque eu atendi  pedidos, e um dos pedidos foi o seu. A seu pedido, um desses cargos da Presidência foi para a Bancada do PP, porque eu achava que o senhor merecia, achava que era justo e se tratava de um excelente funcionário. E o segundo cargo, também um excelente quadro, está muito bem aproveitado na Casa, não no meu gabinete, mas na Assessoria de Relações Institucionais, no Espaço Cultural Teresa Franco. Portanto, eu quero dizer que eles estão prestando serviços. Eu acho que não é um bom pronunciamento dizer que os Vereadores desta Casa, que não é esta Presidência, que estão reivindicando assessorias para o Plano Diretor, estão reivindicando os cargos especiais, estão atrás de cabos eleitorais. Isso não condiz com a história da Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Faltou grandeza, faltou delicadeza da sua parte. É lógico, é óbvio que os Vereadores não são especialistas em todas as questões, que precisam de assessores para fazer o melhor trabalho possível para cumprir com a sua função de Legislador da cidade de Porto Alegre. Nada mais justo! Eu discordo da Emenda do Ver. Pujol, que coloca a nomeação desses cargos para depois das eleições, para não parecer que nós estamos atrás de cabos eleitorais. Mas vou votar a favor da sua Emenda; assino junto, porque eu tenho responsabilidade de que esta Casa, através dos Vereadores, consiga cumprir o seu dever, consiga cumprir a sua função; talvez consiga isso em três meses.

Com relação às viagens, V. Exª disse que agora as coisas não são mais corretas porque todo mundo viaja como quer. Nunca houve nenhuma resolução nesta Casa em relação às viagens. Parece que as viagens são ilícitas, que o Vereador não vai trabalhar fora e não vai devolver isso para Porto Alegre. Havia um acordo de limites, Ver. João Antonio Dib, e vários casos, na sua gestão, ultrapassaram esses limites. Ultrapassaram e eu acho que foi justo, porque sempre existem exceções às regras. Agora, eu levei o assunto para a Mesa Diretora, para nós tirarmos um consenso, estabelecermos uma resolução interna, por escrito, com relação às viagens. Não chegamos a um consenso ainda, mas estamos trabalhando nisso.

Na condição de Presidenta, eu assumo todas as minhas funções, todas as responsabilidades precípuas ao cargo. Eu tenho o dever ético, sim, de dialogar com todas as Bancadas e procurar o maior consenso possível. E tenho sido assim desde o primeiro dia em que assumi esta função. Eu também me preocupo com a boa gerência do dinheiro público, assim como o Ver. Záchia se preocupava, assim como o Ver. Dib, assim como o Ver. Fortunati, como todos os presidentes que me antecederam – os Vereadores Wilton Araújo e Luiz Braz já foram Presidentes. Então, eu acho que não fica bem esse tipo de manifestação do Ver. João Antonio Dib, porque parece que só V. Exª é uma pessoa honrada nesta Casa e mais ninguém. Só faltou V. Exª dizer, como muito bem disse a Verª Clênia, uma vez, que V. Exª é modesto. Só faltou dizer isso! E eu quero repetir isso da Verª Clênia, porque V. Exª fica me ofendendo aqui.

Foram criadas três Comissões, em 15 de dezembro do ano passado. E eu acho que eram necessárias. Eu poderia dizer que foram criadas depois do tempo regimental da Casa, como dizem, na calada da noite. Eu não acho que as reuniões realizadas à noite sejam algo lúgubre ou nefasto. Eu acho que eram importantes essas três Comissões, mas causaram repercussão financeira para a Casa. E era necessário que causassem.

Hoje, na condição de Presidenta, quero dizer que há uma necessidade, uma responsabilidade de reavaliar o Plano Diretor. Nós devemos isso à sociedade de Porto Alegre! A Câmara tem um dever e tem de cumpri-lo. Isso é sério, porque existem muitas expectativas; inclusive algumas pessoas estão dizendo que a Câmara de Vereadores está sentando em cima dos processos, que está muito lenta essa reavaliação. É porque não temos ainda, Ver. Gerson, a comissão especialista, que já foi de 19, já foi de 12, e agora estamos propondo 8, apenas; de 19, passou para 12, e agora estamos falando em 8, mas não podemos nomear, porque vai parecer que estamos nomeando cabos eleitorais. Então isso não contribui com o bom funcionamento desta Casa, não contribui com a imagem que os Vereadores, que os políticos em geral têm neste País. Sobre esses três Processos apresentados hoje de aperfeiçoamento das carreiras, eu recebi várias comissões de funcionários do Legislativo, dos motoristas, dos mimeografistas, e eu procurei uma comissão de técnicos: a Procuradora Marion, a Diretora Administrativa, Sônia; pela Diretoria Legislativa, a Inês e a Rosi; e, pela Direção Geral, o Adalberto, para verificar, dentro de tudo o que é legal e regimental, o que seria possível trabalhar nesse aperfeiçoamento. Segundo o art. 102, em seu § 4º, como disse o Ver. Reginaldo Pujol, independe de parecer, agora, não está aqui para ser votado de afogadilho, está aqui para ser discutido. E eu estou chamando, Ver. Carlos Pestana, uma reunião de Mesa e Lideranças, logo após essas três Sessões Extraordinárias, e convidando essas quatro funcionárias da Casa para colocar, com toda a clareza e transparência, esses três Projetos, com mais detalhes, e eles estão aí para ser emendados, discutidos, aperfeiçoados, para ser aprovados ou rejeitados da maneira mais transparente e democrática possível.  Essa era a minha manifestação, dizendo que vou acompanhar o Ver. Reginaldo Pujol no sentido de passar isso somente para outubro, mas que discordo disso, porque acho, de uma maneira clara e transparente, que deveríamos ter esses técnicos, essas figuras especialistas, para auxiliarem os Vereadores para que o Plano Diretor, daqui a 5 anos, seja o melhor possível para a cidade de Porto Alegre. Obrigada.

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Obrigado, Verª Margarete Moraes, que reassume seu posto de Presidenta.

 

(A Verª Margarete Moraes reassume a presidência dos trabalhos.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu aconselharia aos Vereadores, se é que eu posso dar algum conselho para alguém ou ter alguma autoridade para isso, a ler, aqui na Biblioteca das Casa, pegar um livro sobre o Plano Diretor. É uma coletânea magnífica feita pela nossa ex-Reitora Wrana Panizi. Ali há um artigo antológico do Arquiteto Lineu Castelo sobre a forma de as cidades se desenvolverem, e, entre as formas de desenvolvimento, existe uma completamente dirigida pelos técnicos de uma cidade artificial e outra completamente espontânea, e aí então começam os nossos debates, as nossas discussões sobre o Plano Diretor. E passa a ter evidência a extrema complexidade de mil fatores que interferem na formação dessas cidades. Então surge a figura do urbanista, do arquiteto, especialmente para entender a emoção e a afetividade do desenvolvimento espontâneo da cidade, ou a Métrica e a Geometria do desenvolvimento planejado das cidades.

Essas duas formas de ser vêm direto da mão do homem, um o homo faber; outro do homo sapiens. Pois essas duas formas de desenvolvimento necessitam ser dirigidas, guiadas com muita discrição na espontânea e com grande interferência na artificial. Aí, então, nós vemos a importância das assessorias quando se fala em Plano Diretor nesta Casa. E se há algum dinheiro bem investido pelo Poder Público, esse dinheiro que, com o maior pudor, o administrador deve cuidar, porque não é seu, porque é dos outros, porque é de uma sociedade inteira; esse dinheiro tem um tipo de aplicação que não tem erro, é a aplicação nessa assessoria técnica, que não só evita e previne os erros dos Vereadores, dos Legisladores, dos Executivos, não, orienta também nos acertos. E a comprovação disso é a beleza da Cidade que nós vivemos, que tem muito da colaboração dos urbanistas e tem muito da espontaneidade do nosso povo. É isso que nós estamos discutindo, é esse dinheiro que... Apenas, Ver. Isaac, por uma questão de pudor, não efetivamos esses técnicos em caráter definitivo, acoplados a esta Casa em caráter permanente, e sim o fazemos, injustamente, temporariamente. Porque é indispensável a presença vigilante e permanente dos técnicos no desenvolvimento da Cidade. E apenas pelo mau conceito que existe do político, dos legislativos, de uma certa postura perdulária dos administradores, isso faz com que respondamos dessa forma. Contratamos, assim, um mínimo de técnicos, por um tempo determinado, e o que é pior, e aí, concordando com a Emenda do Ver. Reginaldo Pujol, nós, em uma forma de resposta prévia a qualquer tipo de crítica, passamos para uma data posterior à eleição, para dizer que não é pré-eleitoral. E a eleição de 2004? E a de 2006? E a de 2008? Então, nós achamos que, talvez, estejamos errando no número, que é muito pequeno, Vereador, que estejamos errando na efemeridade desta ajuda dos técnicos, que não deveria ser por um pequeno prazo, mas, sim, definitivamente incorporada a esta Casa. Só que, evidentemente, às más línguas, nós respondemos com trabalho e com competência. E a competência está nos técnicos, está na assessoria dos técnicos e está no resultado final! E que este Legislativo tenha uma colaboração fantástica para o aspecto e para o molde desta Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, colegas Vereadoras e Vereadores, eu retorno a esta tribuna para discutir, novamente, os Projetos que fazem parte desta Sessão Extraordinária.

E eu volto, especialmente, Ver. Elias Vidal, a falar sobre a questão do Plano Diretor. Eu acho que Porto Alegre é uma Cidade que se diferencia das demais Cidades brasileiras, especialmente das capitais, porque ela tem um acúmulo, historicamente, de planejamento.

Nós estamos sob a égide do III Plano Diretor: o primeiro, em 1949; o segundo,  em mil novecentos e setenta e poucos; e, em 1999, foi o último Plano Diretor da Cidade.

Eu acho que um Plano Diretor tem de ter um equilíbrio na defesa do meio ambiente, no planejamento, no desenvolvimento econômico, e eu acho que esse último Plano, Ver. Beto Moesch, teve um eixo muito econômico e esqueceu, um pouco, dessas outras coisas. E cabe a esta Legislatura, nesta revisão, com equilíbrio, sem histerismo, aprofundar algumas coisas que estão muito candentes na Cidade.

Eu vou falar sobre a questão  mais discutida que é a questão da altura dos prédios. Eu confesso, Ver. Beto, que, em tese, a questão da altura dos prédios, por si só, não é o problema. Em primeiro lugar, para discutir a altura, Ver. Wilton, eu tenho que ver a densidade de cada região. E isso não está claro hoje na gestão da Prefeitura. Por exemplo, um Bairro, como o Mont’Serrat, o Rio Branco, o Moinhos de Vento, e a pergunta que faço é a seguinte, minha querida Presidenta: quantas pessoas podem morar naquele bairro? Porque, ali,  se depende da rede de esgotos, da rede de água, da energia elétrica, da lotação, do ônibus, de todos os equipamentos públicos que a Cidade necessita. E, hoje, a Prefeitura não nos responde, Ver. Wilton, qual é a densidade.

Então,  começa-se a construir, e começa-se a ser demandado pelo mercado, porque o mercado diz que, naquela região, se tem boa aceitação para a venda. Por exemplo, a questão do Solo Criado, que é uma figura magnífica, extraordinária, porque o Solo Criado é a venda de índices por parte do Poder Público para aplicar em moradia para a população de  baixa renda. Agora, por que o Solo Criado só é utilizado nessa região que eu acabei de falar? Esta é uma resposta que a revisão do Plano Diretor precisa dar, Ver. Ervino. Eu não posso, por exemplo, olhar um 4.º Distrito que, de cada cinco casas, duas estão fechadas, o alagamento bate na porta, o bairro não desenvolve, então, quando eu reviso o Plano Diretor, eu tenho de olhar o bairro Floresta, eu tenho de olhar o bairro Restinga, eu tenho que olhar o Campo da Tuca, eu tenho de olhar as Ilhas, eu tenho de olhar o 4.º Distrito, eu tenho de olhar todos os demais bairros.

 

O Sr. Beto Moesch: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Sebastião Melo, quero parabenizá-lo, porque a prioridade desta Câmara deve ser o seu Plano Diretor, a discussão do Plano Diretor, e V. Exª colocou muito bem, o Plano, que deve ser genérico – e é – e sistêmico, ele acabou regulamentando apenas uma parte, que é justamente o que V. Exª está colocando, o que pode ser construído e aonde construir, mas sem a estrutura de sustentação dessa área construída, que é infra-estrutura, o plano viário, o patrimônio cultural, o patrimônio ambiental natural. Nada  disso foi regulamentado e por isso nós estamos em um imenso conflito na Cidade, em uma Cidade insustentável, porque isso não foi, infelizmente, regulamentado. O senhor tem toda a razão.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO:  Cumprimento a V. Exª, que abrilhantou o nosso pronunciamento, e  quero dizer que é uma matéria que precisa, Ver. Reginaldo, ser tratada com atenção especialíssima e com  equilíbrio necessário de uma boa discussão, mas sem que se perca, a Cidade, para o seu futuro, aquilo que vão traçar as diretrizes do Plano Diretor. Então, eu acho extremamente oportuno que esse tema, atrasadamente, porque desde o ano passado a gente vem discutindo – em novembro, dezembro; ficou para janeiro, fevereiro -, e nós, especialmente pós-eleição, vamos ter de fazer um mutirão para poder aprofundar essas discussões e fazer a revisão necessária a favor da Cidade e da cidadania. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

   

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço o pronunciamento do Ver. Sebastião Melo. 

Uma vez cumprida a Pauta, encerro a 5ª Sessão Extraordinária e, de imediato, convoco para a 6ª Sessão Extraordinária.

 

(Encerra-se a Sessão às 10h38min.)

 

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